Arquivo mensais:março 2013

6º Dia

Saímos de Yala às 9 horas e fomos em direção à Purmamarca, onde paramos para fotografar o Cerro das Siete Colores, seguimos em direção da Puerta del Lipan, onde inicia a subida da Cordilheira, vamos de 1.250 até 4.170 metros do nível do mar, aqui um lembrete, a subida da Cuesta del Lipan, apesar de ser algo impressionante, não tem nada de extraordinário, é apenas uma Serra do Rio do Rastro muito mais longa, um aviso aos viajantes, suba devagar, meio acelerador e motor sobrando, abasteça com gasolina Super na Argentina. Outra vantagem de subir devagar é que o organismo vai se adaptando a altitude e você terá menos problema com os males da Puna.

A subida é fantástica, vai se enxergando ao longe outros veículos e as erosões das montanhas.

Chegamos finalmente a Altos del Morado a 4.170 metros, aqui se inicia a descida e a  temida Puna, vamos viajar cerca de 300 quilômetros no alto da Cordilheira. Segundo relatos de outros viajantes é um lugar onde de cada 10, nove passam mal, nada de anormal aconteceu conosco, estávamos muito pesados subimos em segunda marcha quase todo o trajeto permitindo que o nosso organismo se adaptasse á altitude, eu não tive nenhum problema a Dé teve os ouvidos e o nariz ligeiramente entupidos.

Pouco antes de Salinas Grandes avistamos o Nevado de Chañi, 6200 de altitude com um resto de neve do ultimo inverno.  Após uma curva longa aparece um risco branco no horizonte, é o Salar de Salinas Grandes a 3500 m. de altitude, onde paramos para fazer algumas fotos e comprar algumas lembranças de índios que moram ali.

Os Salares que vimos são fantásticos, Salinas Grandes, Olaroz, Cauchari, Jama. Após uma parada para uma coca no restaurante de Sucres, onde queríamos almoçar, mas que não havia nada, nem batatas fritas embora já ser 13 horas, seguimos para o Paso de Jama curtindo a imagem grandiosa da Puna.

Paramos para bastecer no posto YPF ali existente e fomos fazer um lanche na lanchonete e curtir o Wy-fy gratuito. Entramos em contato com o pessoal de casa através do Face, onde passamos uma foto do Cerro Zapaleri, que se avista do posto, coberto de neve.

Na Aduana houve famosa demora para os tramites da saída da Argentina. E na cancela uma bronca que já esperávamos acontecer. Conforme relato de outros viajantes, existia um papel a ser preenchido com os dados do veiculo, carimbado pela Policia Federal Argentina na entrada do país, o qual seria solicitado ao sair, acontece que ao pedir esse documento na Aduana de Puerto Igazu nos disseram não ser mais necessário e na cancela de saída o policial de serviço disse que sem ele não sairíamos. A Dé voltou na Aduana e após um bom tempo fomos liberados.

Chegamos ao marco de Fronteira, tiramos algumas fotos e fomos com destino a San Pedro do Atacama, agora a subida é até pouco mais de 4.800 m, a subida para San Pedro é muito mais pesada por ser continua e acentuada, seguida de uma descida vertiginosa até San Pedro do Atacama uma enorme inclinação descendo de 4.600 à 2.000 m de altitude em apenas 42 quilômetros.

Chegamos a San Pedro no final da tarde, mas sem problemas por aqui anoitece só após as 20,30. Na Aduana a famosa demora, dois ônibus que iam para o Peru estavam na nossa frente, demorou uma eternidade até sermos atendidos e nessa hora estava começando a anoitecer, Saímo da Aduana e entramos em San Pedro, a cidade estava um caos, entupida de gente, centenas de mochileiros e turista abarrotavam as ruas, parecia a 25 de Março no sábado  fomos procurar um Camping, ai a decepção, não havia Camping para ficarmos, os Camping existentes são só para barraquinhas, o único Camping maior que encontramos não tinha estrutura alguma, pontos de luz ou água, rodamos a cidade e nada. Como nosso objetivo era o Atacama, seguimos em frente, para tentar um Camping em Calama. De San Pedro do Atacama para Calama tem-se que cruzar a Cordilheira Domeiko, quando saímos já estava bem escuro e, como estávamos com muito peso pareceu-me muito mais difícil que a Cuesta del Lipan, cheguei a pensar que a gasolina que colocaram não era a Super.

Na metade do trecho havia uma barreira policial, isso as 22 horas e com um frio de rachar, examinaram os documentos e perguntei sobre o Camping em Calama, disseram que não era para perder tempo, pois o mesmo só funcionava durante o dia e que era melhor seguir até Antofagasta.

Tudo bem, só que 30 quilômetros depois de Calama havia outra barreira policial, mandaram parar e verificara até nossa bagagem, disseram que em Antofagasta não havia Camping e era melhor irmos para um hotel, e afinal era essa mesmo nossa intenção, desejaram boa viagem e fomos em frente.

Chegamos à confluência da Rodovia Pan-americana com a Estrada de Calama às 24 horas, encostamos-nos a um posto Copel bem reba e perguntamos se podíamos pernoitar ali, o frentista nos mandou para um canto bem ermo do posto, então desistimos e resolvemos tocar até Antofagasta. Fomos parados por mais uma barreira policial à 1 hora, pediram documentos, perguntaram de onde eramos e seguimos viagem, chegamos em Antofagasta às 2:30 horas da madrugada, o hotel IBIS estava lotado, já passava das 3 quando paramos num posto de gasolina e esperamos o dia amanhecer.

Despesas:

Refrigerante  $ 10,00 Pesos

Regalos        $ 20,00 Pesos

Combustível $ 140,00 Pesos

Lanche         $ 3.000,00 Pesos Ch

Total do dia: $ 170,00 Pesos Ar e $ 30,00 Pesos Ch

Total em Reais:   R$ 81,80

Total da viagem: R$ 1.291,97

Fomos parados durante a noite 3 vezes pela policia chilena durante a noite, pediram documentos e mandavam seguir.

5º Dia

O Camping Refugio é excelente e como tínhamos roupa suja para lavar resolvemos ficar por aqui, pela manhã a Dé lavou a roupa e a tarde fomos até Tilcara e Humahuaca. Paramos no mirante de Leon para fotografar o Rio Grande sem água, é impressionante, os rios são cheios de pedras que descem das montanhas na época do degelo da primavera e o resto do ano são secos, pela quantia de pedras no leito, dá para imaginar a violência da vazão durante o mês de setembro.

Aqui também começa o festival de cores que só terminará no Pacifico.

A Quebrada de Humahuaca é realmente algo que depois de visto jamais será esquecido, o colorido das montanhas esculpidas pelas aguas é uma das maiores maravilhas da natureza que nós haviamos tido a oportunidade de ver.

Paramos para abastecer em Tilcara.

Pena que a câmera não possa captar todas as cores do lugar. Paramos em Huacalera para fotografar o monolito do Trópico de Capricórnio e comprar algumas lembranças dos locais.

Na ida passamos olhando e fotografando Mainara e não visualizamos a Paleta Del Pintor que fica defronte a cidade, mas que tivemos a oportunidade de fotografar na volta.

A 20 quilômetros da fronteira com a Bolívia retornamos a Yala. Paramos em Volcan numa loja de artesanato indígena montada na antiga Oficina de Trens.

Fomos parados pela policia 5 vezes só para mostrar documentos e dizer onde íamos.

Despesas

Combustivel  $ 329,00 Pesos

Regalos $ 55,00 Pesos

Camping $ 50,00 Pesos

Total: $ 434,009 Pesos

Total em Reais: R$ 178,00

Total da viagem: R$ 1.210,17

4º Dia

Saímos de Pampa del Infierno as 9 horas e fomos parados em Pampa de los Guanacos duas vezes, em uma delas a mordida, demos 20 pesos para o policial e o deixamos feliz, resolvemos não arrumar confusão por uma merreca dessa, não valia a pena, seguimos em frente.

Ao entrar no trecho de rodovia que fica no Departamento de San Tiago Del Estero, um pouco antes de Pampa de Los Guanacos o asfalto e fez recordar o Brasil, cheio de buracos e aqueles canais fundos deixados pelos pneus dos caminhões que torna um tormento dirigir, tivemos que baixar a velocidade para 80, paramos para almoçar num “bosquecillo” a margem da rodovia e mais tarde paramos para uma coca em J V Gonzales, dai em diante o asfalto melhorou e logo a frente voltou a ter aquela qualidade da Argentina.

Desviamos Salta, já que o nosso objetivo era o Atacama e depois de 670 km chegamos ao Camping Refugio em Yala, onde tomamos nosso primeiro banho quente. À noite conseguimos se comunicar com o pessoal de casa através do Wy-fi, ficamos ao par dos últimos acontecimentos, tomamos um bom vinho e fomos dormir.

Fomos parados duas vezes em Pampa dos Guanacos, onde morri com 20 Pesos e mais cinco vezes ao longo do percurso.

Despesas:

Achaque $ 20,00 Pesos

Combustível  $ 280,00 Pesos

Lanche $ 14,00 Pesos

Pedágio $ 4,00 Pesos

Restaurante $ 70,00 Pesos

Camping $ 50,00 Pesos

Total: $ 438,00 Pesos

Total em Reais: R$ 178,77

Total da viagem: R$ 1.032,17

3º Dia

O dia amanheceu um sol de rachar já cedo que permitiu que a Dé secasse toda roupa molhada com o diluvio do dia anterior, despedimos da dona do Camping, agradecendo a excelente recepção e pegamos a estrada.

Na entrada da Ponte General Beltrano em Corrientes fomos parados pela policia, pediram os documentos, o seguro Carta Verde e na maior cara de pau pediram para deixar “uma coquita”, demos 10 Pesos e fomos em frente.

A ideia inicial era ir até Termas de Rio Hondo, mas como saímos ao meio dia, fomos então direto em direção a Salta, deixando Rio Hondo e Cafayate para a volta, encarando as intermináveis retas do Chaco. Paramos no final da tarde em Pampa del Infierno onde ficamos no Camping Municipal.

O lugar era muito bom, tinha luz, mas a água estava fechada e o encarregado do Camping não apareceu, tivemos que recorrer a nossa água do veiculo. Foi ali que tentamos usar o Not pela primeira vez, pois estávamos ao lado de um posto Shell com Wy-fi, mas a distancia não permitia que completasse a ligação, jantamos e fomos dormir.

Lá pelas 22 horas chegaram ao local diversos jovens com suas motinhas, brincaram nos balanços, conversaram e foram embora sem nos perturbar.

Despesas:

Achaque $ 10,00 Pesos

Mercado $ 169,00  Pesos

Pedágio $ 8,00 Pesos.

Total: $ 187,00 Pesos

Total em Reais: R$ 76,30

Total da viagem: R$ 853,40

Destaque novamente para a maravilha de pavimento das rodovias argentinas, pedágios baratos e praças de pedágio distantes uma da outra. Fomos parados mais 6 vezes pela mesma fiscalização anterior que perguntavam aonde íamos e a resposta era sempre a mesma Córdoba e eles ficavam felizes e mandavam seguir.

2º Dia

Pela manhã a chuva ainda estava muito forte, a Dé resolveu que não ficaríamos mais ali e numa pequena parada da chuva desarmamos rapidamente a barraca e saímos correndo, foi à conta, ao terminarmos desabou água pra valer. Voltamos a Puerto Iguazu para abastecer, no posto havia uma fila enorme, sinal da velha falta de gasolina na Argentina na época de férias. Conseguimos meio tanque que fomos completar depois próximo a Posadas.

Seguimos em frente, conforme a programação. As estradas argentinas são excelentes e consegui manter uma media de 110 por hora e chegamos em São Cosme as 19 horas, ai a segunda surpresa. O Complexo Lagoa Totora é uma droga, fomos bem atendidos pelo dono do bar, um rapaz muito simpático, mas o encarregado do Camping, um cara mal humorado não nos deu a mínima, disse que não podíamos ficar e não tinha conversa, saímos dali e voltamos uns dois quilômetros onde havíamos visto um outro complexo.

Chegamos lá estava todo iluminado, mas ninguém atendia ao chamado, batemos então numa casa ao lado e perguntamos aos moradores sobre o complexo ao que nos disseram que não funcionava mais e que o seu cunhado é que cuidava. Perguntamos se não podíamos acampar defronte a casa já que era um lugar ermo e rua sem saída, A resposta foi ríspida e seca, não, não permitiam. Só nos restou seguir em frente e chegamos em Corrientes, já eram 21 horas e, estávamos sem combustível, paramos em um posto YPF para abastecer e perguntamos por um Camping e o frentista sugeriu perguntarmos na policia, fomos a um posto policial ali perto e perguntamos ao policial de plantão se ele conhecia algum Camping, o policial de plantão nos atendeu com uma cortesia que não víamos a muito tempo, ele se prontificou a nos levar ate um local, e lá fomos nós escoltados pela policia até um lugar sensacional onde fomos recebidos pela dona, uma pessoa muito simpática que nos tratou muito bem. Montamos a barraca, a Dé foi fazer a janta, jantamos e e ficamos conversando com a dona do Camping, uma pessoa bem politizada, e mais tarde, prá caminha.

Despesas

Combustível $ 200,00 Pesos
Verduras $ 50,00 Pesos
Lanche $ 40,00 Pesos
Combustível $ 190,00 Pesos
Combustível $ 340,00 Pesos
Pedágio $ 8,00 Pesos
Camping $ 50,00 Pesos
Cerveja $ 20,00 pesos.

Total $ 898,00 Pesos

Total em Reais: R$ 366,50

Total da Viagem: R$ 777,10

Durante o percurso entre Puerto Igazu e Corrientes fomos parados cinco vezes, era a Fuerza Nacional, Policia, Gendarmes e Exercito, examinavam os documentos e perguntavam aonde íamos e dizíamos que estávamos a caminho de Córdoba e mandavam partir. Um destaque ao policial que nos levou ao Camping indo na nossa frente com a viatura policial