Arquivo mensais:abril 2013

10º Dia

Levantamos cedo, tomamos um café reforçado, despedimos dos amigos argentinos e fomos para o centro para abastecer a caminhonete e comprar vinhos. Paramos em uma vinícola no centro, a atendente, uma argentina jovem e muito bonita me surpreendeu com tamanho conhecimento politico, ela deu uma lição de Argentina dos últimos anos, realmente surpreendente, provamos alguns vinhos, mandamos embalar para viagem e fomos ao posto para abastecer, ai a consciência do erro, muitos viajantes que nos antecederam deixaram bem claro que nunca deveria andar com menos de meio tanque, resultado, não havia gasolina na cidade devido à grande quantidade de carros de turistas, perguntamos ao frentista e ele nos disse que havia um posto 60 quilômetros á frente, só que o nosso combustível não daria para tanto, bem, não tinha nada a ser feito, então era tentar chegar ao próximo posto, pegamos a RN 40 e fomos em direção a Tafi del Vale.

Alguns quilômetros a frente chegamos a um pequeno povoado que havia uma bomba de gasolina, era um postinho bem reba, lembrei-me dos avisos de outros viajantes sobre postos de gasolina suspeitos, mas o meu tanque estava quase seco e tive que encarar, mandei por somente 50 Pesos, por via das duvidas colocaria pouco e fomos em frente, mais a frente mais uma consequência do erro, a RN 40 se bifurcava e não havia ninguém para perguntar o caminho ao posto de gasolina, então fui em frente, o asfalto acabou e apesar da pista ser bem conservada havia pedras aos montões, fiquei apavorado, furar um pneu naquela altura do campeonato seria o fim.

Andamos alguns quilômetros e quando já batia o desespero chegamos a Santa Maria e, tinha gasolina, ufa. Abastecemos e pedimos informação do caminho, teríamos que voltar só que havia uma estrada asfaltada, que mancada.

Pegamos a estrada, tínhamos nos atrasados no minimo duas horas com aquela mancada e havia na nossa frente uma bela montanha para subir e depois descer, mas a paisagem era linda, fomos subindo e subindo, a vejetação acabou e começaram os cactus e a direita um daqueles famosos rios só de pedras, entramos no meio das nuvens, muitas curvas até chegar a 3.042 mts de altitude, no lugar chamado El Infiernillo, uma garoa fina deixava a estrada lisa e tínhamos de andar bem devagar, alguns quilômetros adiante visualizamos um belo lago, com muitas casas de veraneio, a mais de 3.000 m. de altitude, era incrível  e a ao lado, Tafi del Vale, uma região muito linda, encravada no vale, lembra aquelas cidades alemãs do interior de Santa Catarina, pena que o tempo não colaborou e não pudemos tirar fotos devido a garoa e cerração.

Mas o melhor nos esperava à frente, tínhamos que descer uma serra de fazer inveja a Serra do Rio do Rastro, estreita, sinuosa e com bastante movimento, ao lado corria um belo rio que nascia no lago e despencava morro abaixo cheio de cachoeiras.

Demoramos um bocado para descer, e no final da serra chegamos à outra bifurcação, e não queríamos passar em Tucuman, havia uma turma de manutenção do equivalente ao DER nosso, paramos e nos disseram para seguir à direita, depois a esquerda, novamente a direita e esquerda, fundiu a nossa cuca e pela primeira vez na viagem, se perdemos. Apelei para os conhecimentos da bussola  sabia que teria que chegar na RN 9 e que ela estaria à nossa direita, logo metemos a cara em um estradinha sem sinalização alguma e depois de duas ou mais horas perdidos, bingo  chegamos na rodovia. Ai não teve mais erro e fomos em direção à Termas de Rio Hondo, onde chegamos as 18 horas, cansados armamos a barraca e fomos relaxar.

Jantamos e após se estressar com o Wy-fi que teimava em não funcionar, fomos dormir.

 Despesas:

Vinhos:              $ 320,00 Pesos

Combustível:    $ 50,00 Pesos

Combustível:    $ 290,00 Pesos

Camping:          $ 40,00 Pesos

Mercado:           $ 30,00 Pesos

Total do dia em Reais:  R$ 297,95

Total da viagem:   R$ 2.736,34

9º Dia

Acordamos tarde, foi uma noite de sono maravilhosa, estava frio e chovia bem fino, arrumamos toda a tralha, recolhemos a barraca, tomamos um café caprichado e fomos acertar o Camping, a garoa havia parado e o sol já começava a esparramar seus raios.

O Refugio é tão acolhedor que dá pena deixá-lo, mas sabemos que o próximo também não deixa a desejar. Pegamos a estrada já era quase 10 horas, e seguimos pela bela RN 9 sentido Salta, passamos por Salta naquela hora fatídica  a Argentina para literalmente as 14 horas, é a hora da “siesta”, tudo fecha e só volta, quando volta, no final do dia, fomos em direção à RN 68 com destino a Cafayate, a terra do vinho.

O dia estava muito quente e a RN 68 é estreita e cheia de curvas, fomos devagar e parando pelo caminho curtindo as belas paisagens, muito bonita a estrada, as montanhas coloridas e as formações rochosas, lugares esculpidos pela natureza. Na Quebrada de las Conchas paramos para fotos na Garganta del Diablo e no Anfiteatro, duas formações rochosas impressionantes, havia no local diversas vans com turista de vários locais, aliás, turistas é o que mais existe na Argentina e Chile, vi todo o mal que o nosso governo tem feito em Vila Velha, Lagoa Dourada e Furnas, isso para não citar as Grutas de Campinhos, no Cânion de Quartelá e outros locais, que estão num abandono total, nosso potencial turístico dá de 10 a zero nos concorrentes, mas os nossos políticos estão ocupados demais para verem isso.

Às 16 horas chegamos a Cafayate, que nos surpreendeu pelo movimento, a cidade estava cheia de carros, muita gente, mochileiros, estrangeiros, o combustível estava no fim, mas como queríamos chegar ao Camping cedo deixamos para abastecer  no dia seguinte, foi o nosso maior erro da viagem, e fomos direto ao Camping Fuerça e Luz, aliás, excelente. Havia muitas barracas e um Motor home esquisito cheio de Europeus Nórdicos  que estavam fazendo um tour pelas Américas  Procuramos um bom local e paramos ao lado de um motor home com placas da Argentina.

Armamos nossa barraca, que, aliás, chamou a atenção, o casal argentino veio nos cumprimentar e um dos nórdicos ao ver a barraca contou que tinha uma igual na Europa, o casal de argentinos muito comunicativos, gente finíssima por sinal, fizemos amizade e conversamos bastante tempo conosco, a Dé fez uma bela janta e jantamos com um vinho de Cafayate, eu estava cansado e fui dormir e a Dé foi curtir o Wy-Fi devorada por pernilongos num local próprio ao lado  da administração.

Despesas:

Camping:   $ 50,00 Pesos

Refri:          $ 22,00 Pesos

Pedágio:            $ 2,50 Pesos

Verduras:          $ 12,00 Pesos

Panificadora:    $ 21,00 Pesos

Total do dia em Reais:  R$ 43,87

Total da viagem:  R$  2.438,39

8º Dia

Varias pessoas me perguntam sobre o preço da gasolina, vamos lá:

Na Argentina o preço varia nos três tipos de gasolina existentes:

A mais barata $ 7,20 Pesos = R$  2,83  o Litro

A mais cara   $  7,80  Pesos = R$  3,07  o Litro

São $ 360,00 Pesos Ar para encher com a Super o tanque de 50 litros = R$ 141,62

No Chile a variação da mais barata para a mais cara:

$ 800,00 Pesos Ch = R$ 3,43 o Litro

$ 850,00 Pesos Ch = R$ 3,85 o Litro

$ 40.000,00 Pesos Ch para encher com a 95 o tanque de 50 litros = R$ 171,80

Tanto na Argentina como no Chile a gasolina está mais cara que no Brasil.

8º Dia

Quando partimos do Brasil, tínhamos planejado descer pela Pan-americana até Santiago e retornar pelo Paso São Francisco, Mendoza e Córdoba  mas durante a viagem recebi algumas ligações, e por causa do meu trabalho, tivemos que diminuir nossa viagem e retornar a partir de Antofagasta.

Saímos do hotel em Antofagasta às 9 horas, fomos comprar alguns vinhos chilenos que eram encomenda de amigos e as 10:30 fomos em direção à Pan-americana, a rodovia que corta o Chile de norte a sul. Como passamos por este trecho à noite, tivemos agora a oportunidade de curtir bem a paisagem, ficamos impressionados em ver que a pré-cordilheira está encostada em Antofagasta, a cidade fica prensada entre o mar e o deserto, incrível.

Ao chegar à Pan-americana fomos em direção à Calama, é espantosa a quantidade de construtoras que estão ao redor de Antofagasta, dezenas delas e muitos caminhões e maquinas, muitas obras no local. Outra coisa que não tem como não notar é a quantidade de lixo que os moradores jogam ao lado da estrada. Acompanhando a rodovia se estendem por quilômetros o trilho do trem e três tubulações,  250, 400 e 600 mm que devem ser as adutoras de água de Antofagasta, acompanhei por mais de 200 quilômetros, ao longo existem estações de rebombeamento, paramos para fotografar o marco do Trópico de Capricórnio novamente, aliás, nós passamos por ele diversas vezes, pois a RN52 segue ziguezagueando pela linha do Trópico.

Aqui se pode dizer que se está no deserto mesmo. Pois não ha vegetação alguma. Só morros e mais morros de areia cinzenta. Em alguns lugares existem Oasis com muitas arvores e dá para notar que ali tem irrigação, a terra seria produtiva se houvesse abundancia de água. Existem muitas vilas abandonadas de antigas mineradoras, e muitas mineradoras que ainda exploram minérios no deserto. O calor estava infernal, deveria fazer algo em torno de 45º fora do veiculo, ao se aproximar de Calama a visão fantástica do vulcão São Pedro coberto de neve e mais ao longe a cordilheira e seus vulcões nevados, essa bela imagem nos acompanhou ate a Cordilheira Domeiko onde começa a descida para San Pedro de Atacama.

Paramos em um local para tirar fotos do Vale da Lua e a Cordilheira de Sal que fica ao lado da rodovia e chegamos em São Pedro as 13 horas, a Dé foi dar uma volta pela cidade que ainda continuava lotada, vários ônibus de turismo e gente que não acabava mais, compramos algumas lembranças e no final da tarde fomos para aduana, decididamente em San Pedro tinha gente demais para o tamanho da cidade.

Na Aduana novamente dois ônibus para carimbar a entrada, nova demora de mais de uma hora, finalmente conseguimos pegar a estrada as 16 horas, começamos a subir a íngreme estrada que leva ao Paso Jama, até atingir pouco mais de 4.800 metros, ai começa a descida, o sol estava forte e o vento era frio de arrebentar,  chegamos na Aduana Argentina as 17,30 e rapidamente foram feitos os tramites, podemos dizer que ficamos muito contentes em voltar à Argentina, eu especialmente não gostei do tratamento que os chilenos dispensam ao turista, são grosseiros e estúpidos. Paramos no posto YPF para abastecer e usar o Wi-fi, detalhe, quando estávamos lá meu filho ligou e eu atendi no celular da Tim, numa ligação nítida como nunca havia tido. É inacreditável como a Tim é tão ruim no Brasil.

As 18,30 começamos a percorrer a Puna, o vento estava infernal, algo em torno de 80 KMH, chegava a balançar o veiculo parado. Sugeri pararmos para dormir em Salinas Grandes, mas a Dé insistiu para descermos a Costa Del Lipan e dormir numa altitude menor, fomos em frente, encontramos vários veículos e ônibus inclusive, 23  hs iniciamos a descida sob forte cerração e a meia noite e meia chegamos no Camping Refugio em Yala, armamos a barraca, comemos uma sopa e cansados da viagem fomos dormir.

 

Despesas:  

Combustivel  $ 40.000,00 Pesos ch   

Vinhos $ 52.120,00 Pesos Ch           

Regalos $ 50.000,00 Pesos Ch          

Combustivel $ 311,00 Pesos   Ar           

Lanche $ 8 Pesos  Ar                               

Total do dia em Reais:  R$ 736,55

Total da viagem: R$  2.394,52

7º Dia

Pela manhã procuramos uma praia para abrimos a barraca que precisava secar, após andarmos um bom trecho chegamos à uma praia onde havia um velho Camping desativado, e ali ficamos, tomamos café e tentamos chegar em uma praia chamada Escondida, só que a estrada era rodeada de lixo e nos espantou dali, demos um giro e fomos ao hotel IBIS para fazer o check-in, guardamos o veiculo e fomos tomar um merecido banho quente, descansamos por 2 horas e fomos conhecer a cidade.

Uma bela cidade realmente, é interessante ver de um lado o mar e do outro a pré-cordilheira como se um dos dois quisesse engolir a cidade. São belas avenidas, largas, bem conservadas e bem sinalizadas, dirigir por aqui é moleza, detalhe, o pedestre em primeiro lugar, ao fazer menção de descer a sarjeta  os carros param.

Outra coisa importante é o PARE, aqui no Chile PARE é PARE mesmo, no meio do deserto ao cruzar uma linha férrea todos param, inclusive os ônibus, e não há o menor vestígio de trem por perto. A policia chilena, os Carabineiros  são extremamente gentis e educados. Em todos locais que nos paravam e viam que eramos brasileiros perguntavam se era a primeira viagem ao Chile e até onde íamos.

Depois de alguns quilômetros por um bela auto-estrada chegamos enfim à LA PORTADA. O monumento de Antofagasta, um monumento natural imitando um portal, talhado na pedra pelo vento e pelas águas do Pacifico. Realmente fantástico  ver aquela formação rochosa desafiando o violento Pacifico. Tiramos algumas fotos e curtimos por um bom tempo o Pacifico, quem diria, após 6 dias, chegamos aqui.

Mais tarde fomos ao mercado de peixes para conhecer alguns frutos do mar local.

Depois fomos para o hotel.

Devido ao cansaço esquecemos completamente do monumento La Mano entalhado em pedra na margem da Pan-americana, saída para Santiago.

Despesas:  

Hotel:  US$ 100

Lanche: $ 40.000,00 Pesos Ch  

Total do dia:  US$ 100 + $ 40.000 Pesos

Total em Reais: R$ 366,00  

Total da viagem: R$ 1.6578,97